14/06/2007

Memorial do Lixo


O Parque do Róger localiza-se em uma área paisagisticamente privilegiada. Próximo ao rio Paraíba e circundado por uma enorme área de mangue, o Parque ainda é agraciado por uma belíssima vista, numa porção mais alta da cidade antiga, de alguns dos mais expressivos exemplares arquitetônicos do Centro Histórico, como o Convento de Santo Antônio, a Catedral, o Mosteiro de São Bento e a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves.


Vista terreno (galpão reciclagem ao fundo)


Convento de Santo Antonio

Igreja de São Frei Pedro Gonçalves

O terreno destinado à implantação do Memorial do Lixo situa-se próximo à entrada do Parque, a sudeste da Usina de Coleta Seletiva dos resíduos sólidos urbanos. O caráter do novo prédio como um equipamento que abrigasse atividades de um centro cultural e educativo-ambiental sugere um diálogo íntimo com a Usina e seu entorno.

Implantação

Num primeiro momento buscamos identificar os elementos signos do local, os quais utilizamos na construção da linguagem arquitetônica do edifício. Procuramos ter o cuidado para não incorrermos no estereótipo dos reciclados. Entendemos que a edificação deveria ser o “pano de fundo” para as manifestações educativo-culturais, muitas delas traduzidas na exposição de elementos construídos a partir do próprio lixo.


Em relação ao zoneamento das funções do edifício e a implantação no terreno, optamos por reservar o térreo para as exposições, palestras e oficinas, locando as funções administrativas no pavimento superior, liberando o máximo a visão do exterior a partir de uma perspectiva do interior do Memorial. Com essa decisão foi possível apreender as principais vistas do entorno e promover a integração entre espaços externo e interno.




Elaboramos a composição do edifício com a farta matéria existente no “locus” do Parque. A tecnologia construtiva é semelhante à utilizada na Usina: concreto e alvenaria de tijolos. Nos pilares e corrimãos utilizamos aço córten numa referência à estrutura metálica dos galpões. A telha de alumínio da coberta dos mesmos foi empregada como revestimento da fachada noroeste do Memorial, reforçando a horizontalidade e conferindo força e arrojo a massa que define o setor administrativo, contrapondo-se a leveza da casca que abriga o salão de exposições.


Galpão da Usina de Reciclagem, em aço e alumínio

O salão de exposições se prolonga através de um pátio externo que é envolto por um imenso jardim, que ora circunda o prédio, ora adentra-o, criando um entrosamento necessário entre o ambiente construído e o ambiente natural.



FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Manoel Farias, Oliveira Júnior e Glauco Brito
Colaborador: Ana Barbosa e Narciso Amara
Imagens 3D: Michel Alexandr
Local: João Pessoa/P
Projeto: 200
Área:400,00 m²

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa! Estou encantada... Seus croquis são bons, sua explicação é boa assim como seu desenho, seu partido, seu projeto! Qdo crescer quero ser como vc!! rsrsrs...

Parabéns!!